Na segunda-feira, a moeda americana subiu 0,99%, cotada a R$ 5,4777.
Já o Ibovespa encerrou em queda de 1,26%, aos 139.490 pontos.
Nota de dólar Reprodução/TV Globo O dólar opera em queda de 0,22% nesta terça-feira (8), cotado a R$ 5,4657 perto das 13h30.
O Ibovespa, principal índice de ações da B3, registrava um recuo de 0,25% no mesmo horário, aos 139.139 pontos.
▶️ Os investidores ainda reagem aos novos capítulos do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Na véspera, o dólar subiu quase 1% e o Ibovespa encerrou em queda de 1,26%.
Nesta segunda, Trump prorrogou para agosto a volta das suas tarifas sobre importações, ampliando a janela de negociação com parceiros comerciais.
A previsão era que as chamadas "tarifas recíprocas", que atingiram mais de 180 países, voltassem a valer nesta quarta-feira (9). ▶️ Apesar disso, o adiamento não gerou alívio no mercado.
As tensões aumentaram à medida que Trump mandou cartas para notificar os líderes de 14 nações sobre a cobrança de tarifas de 25% a 40% a partir do próximo mês, e disse que os EUA ainda enviarão notificações a mais países nesta semana.
▶️ Trump também anunciou que vai impor uma taxa adicional de 10% a "qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do Brics".
(leia mais abaixo) A possível volta das tarifas preocupa o mercado devido à avaliação de que elas podem elevar os preços ao consumidor e os custos de produção, o que tende a aumentar a inflação e forçar o Fed (o banco central dos EUA) a manter os juros do país altos por mais tempo. Segundo analistas, o vaivém dos mercados deve se intensificar nos próximos dias, com o aumento da incerteza com a política tarifária de Trump e pela falta de indicadores econômicos relevantes.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado. 💲Dólar a Acumulado da semana: +0,99%; Acumulado do mês: +0,81%; Acumulado do ano: -11,36%. 📈Ibovespa Acumulado da semana: -0,58%; Acumulado da semana: -1,26%; Acumulado do mês: +0,46%; Acumulado do ano: +15,97%. O novo capítulo das tarifas de Trump Trump enviou nesta segunda uma série de cartas para diferentes parceiros comerciais.
O republicano estabeleceu alíquotas mínimas sobre produtos importados que vão de 25% a 40% e têm vigência a partir de 1º de agosto. As cartas enviadas aos países seguem um padrão semelhante: Trump afirma que o gesto representa uma demonstração da “força e do compromisso” dos EUA com seus parceiros e destaca o interesse em manter as negociações, apesar do déficit comercial significativo. No domingo (6), Trump antecipou a medida e também afirmou que aplicará uma tarifa adicional de 10% a países que, segundo ele, “se alinharem às políticas antiamericanas do Brics”. Trump não esclareceu o que considera “políticas antiamericanas” em sua publicação.
Autoridades do governo americano dizem que não há um decreto sendo escrito e tudo depende dos próximos passos do bloco. A declaração foi feita após o Brics divulgar a “Declaração do Rio de Janeiro”, que defende o multilateralismo e rejeita ações unilaterais, sem mencionar diretamente os EUA.
O documento também reforça o papel de instituições como a ONU e pede respeito ao direito internacional, posições que contrastam com a política comercial mais agressiva adotada por Washington. A ameaça gerou reações imediatas.
A China criticou o uso de tarifas como instrumento de coerção, enquanto a Rússia destacou que o Brics “nunca atuou contra terceiros”.
A África do Sul, por sua vez, afirmou que o bloco busca apenas reformar a ordem multilateral global, sem intenções de confronto. A sinalização de Trump aumenta o risco de retaliações cruzadas e gera preocupações nos mercados sobre um possível novo ciclo de tensões comerciais globais, com impactos potenciais sobre a inflação e o crescimento econômico. Tarifaço: muda a contagem regressiva para o fim da trégua Nesta segunda, Trump também assinou um decreto que adia para 1º de agosto a data de retomada de seu tarifaço.
A suspensão de 90 dias das tarifas impostas pelo republicano estava prestes a expirar, na quarta-feira (9), e o baixo número de acordos firmados até o momento continua gerando preocupação.
Apesar da promessa de firmar acordos, Washington fechou apenas pactos limitados com o Reino Unido e o Vietnã.
A maioria dos países ainda tenta evitar as novas tarifas, que podem variar entre 10% e 50%.
A União Europeia negocia para evitar sobretaxas em setores como agricultura, tecnologia e aviação, mas ainda enfrenta impasses com os EUA. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Trump tiveram uma "boa conversa", disse um porta-voz da instituição nesta segunda. Japão, Índia, Coreia do Sul, Indonésia, Tailândia e Suíça também correm para apresentar concessões de última hora.
As propostas incluem desde maior abertura comercial e compras bilionárias de produtos americanos até investimentos estratégicos em setores como energia e tecnologia. 🔎 O mercado avalia que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços ao consumidor e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo.
Esse cenário pode levar à desaceleração da economia dos EUA e até a uma recessão global. A situação influencia diretamente a política de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
Na semana passada, o presidente Jerome Powell voltou a afirmar que a instituição pretende “esperar e obter mais informações” sobre os impactos das tarifas na inflação antes de reduzir as taxas de juros. Agenda econômica Na agenda econômica do dia, as atenções ficaram divididas entre uma série de indicadores divulgados no Brasil e no exterior. Por aqui, o foco ficou com as vendas do varejo de maio, que recuaram pela segunda vez seguida e indicando uma nova perda de dinamismo da economia brasileira.
O varejo registrou uma queda de 0,2% nas vendas no mês em relação a abril, segundo informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). *Com informações da agência de notícias Reuters.