Mais de 46 mil bolsas de sangue foram coletadas pelo Hemorio apenas no primeiro semestre deste ano.
Após a coleta, material passa por testes, separação e verificação antes de chegar aos pacientes.
O caminho do sangue: conheça as etapas pelas quais uma doação no Hemorio passa até salvar vidas Mais de 46 mil bolsas de sangue foram coletadas pelo Hemorio apenas no primeiro semestre deste ano.
Um número significativo — mas que nunca é o bastante quando se fala em salvar vidas.
Por trás de cada doação, há um complexo processo de triagem, análise e fracionamento, até que o sangue chegue de forma segura aos pacientes que mais precisam. Tudo começa com um gesto de solidariedade: a ida voluntária do doador ao Hemorio.
O processo tem início com o cadastro e, em seguida, o doador é encaminhado para a triagem.
Nessa etapa, é fundamental responder com sinceridade ao questionário de saúde.
O atendimento é feito com privacidade, reforçando a segurança tanto para o doador quanto para quem receberá o sangue. A coleta, em si, dura cerca de 10 minutos.
São retirados 450 ml de sangue, além de pequenas amostras destinadas a exames laboratoriais.
Homens podem doar a cada dois meses, e mulheres a cada três.
A operadora de máquinas Fernanda Gonçalves, por exemplo, participa da campanha de doação há mais de dez anos.
“Tem muita gente precisando.
As pessoas esquecem, mas doar é de grande valia”, afirma. Após a doação, o sangue passa por uma verificação de identificação e segue para os laboratórios, onde é iniciado o processo de fracionamento — a separação dos diferentes componentes do sangue, que podem beneficiar diversos tipos de pacientes: Hemácias- As bolsas são colocadas por quatro minutos em uma centrífuga.
O líquido vermelho mais denso, as hemácias, é separado e armazenado a 4 °C.
Esse componente é essencial para cirurgias complexas, como transplantes, e no tratamento de anemias e hemorragias. Separação do plasma e das plaquetas - O restante do sangue volta para a centrífuga, agora por 25 minutos.
O plasma, de coloração amarelada, é congelado a -30 °C.
Ele é fundamental para auxiliar na coagulação, especialmente em pacientes com sangramentos severos ou distúrbios hemorrágicos. Plaquetas - Também amareladas, mas em menor volume, as plaquetas são separadas do plasma.
Elas são cruciais para pacientes com leucemia, linfomas ou anemia aplástica, doenças em que a medula óssea não produz células sanguíneas suficientes. Crioprecipitado - Por fim, o criocrecipitado é extraído do plasma por um processo em duas etapas.
Ele é usado em pacientes com deficiência de fibrinogênio — uma proteína essencial para a coagulação do sangue — e pode evitar hemorragias graves. Segurança em primeiro lugar Todo o processo de exames e fracionamento dura até 24 horas.
“Tudo é mais do que seguro.
Não há margem para erro.
A prioridade é garantir a segurança do paciente que vai receber esse sangue”, explica Luiz Amorim, diretor do Hemorio. Com a análise finalizada, as bolsas são encaminhadas para a expedição, que organiza a entrega diária para cerca de 100 unidades de saúde no Estado do Rio de Janeiro.
As demandas variam de cirurgias agendadas a emergências, com prioridade absoluta para quem precisa com urgência. O sangue da doadora Fernanda, por exemplo, foi solicitado dois dias após a doação e seguiu até o Instituto Estadual de Cardiologia, na Zona Sul do Rio.
Lá, ainda passou por mais uma checagem antes de ser liberado para uso. No outro lado da história, um paciente reconhece a importância do gesto.
“Salvou a minha vida.
Simplesmente salvou.
Se não fosse ela, eu não estaria aqui”, diz seu Elias, que recebeu parte do sangue de Fernanda em uma cirurgia para corrigir um aneurisma na aorta abdominal. O caminho do sangue é longo, técnico e meticuloso.
Mas tudo começa com um ato simples de solidariedade.
Como resume o paciente Elias, que recebeu uma transfusão: “Continue doando.
Doar sangue é vida.
Parabéns para todos os doadores — e pra mim também.
Tô vivo.
Obrigado”. RJ2 acompanhou o caminho da doação de sangue Reprodução/RJ2 Requisitos básicos O doador tem que atender os seguintes critérios: Portar documento oficial de identidade com foto (identidade, carteira de trabalho certificado de reservista ou carteira do conselho profissional) Estar bem de saúde Ter entre 16 e 69 anos, 11 meses e 29 dias.
Jovens com 16 e 17 anos podem doar com autorização dos pais e / ou responsáveis legais e um documento de identidade original desse responsável Pesar no mínimo 50 Kg Não estar em jejum.
Evitar apenas alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação Situações que impedem provisoriamente a doação Algumas situações podem impedir a doação (veja a lista abaixo).
Mais esclarecimentos e outras poderão ser informadas após a entrevista/questionário Febre - acima de 37°C Algumas doenças ou situações consideradas de risco detectadas no questionário Gripe ou resfriado Gravidez atual (90 dias após o parto normal e de 180 dias após a cesariana) Amamentação (até 1 ano após o parto) Uso de alguns medicamentos Anemia Cirurgias Extração dentária 7 dias Tatuagem ou piercing: 01 ano sem doar (Piercing na cavidade oral e/ ou região genital: 01 ano sem doar após a retirada) Vacinação: o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina Transfusão de sangue: impedimento por 01 ano Funcionamento O Hemorio fica na Rua Frei Caneca, 8, no Centro e funciona das 7h às 18h.
O telefone para tirar dúvidas é o 08002820708.