Professor de Direito Constitucional da UFF diz que há a possibilidade de Carla Zambelli ser extraditada
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Paulo Azi (União-BA), disse nesta terça-feira (29) que o processo de cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP) pode ser votado no colegiado já em agosto.
Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por comandar uma invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Não cabe mais recurso da condenação.
Carla Zambelli foi presa nesta terça em um apartamento em Roma, onde estava foragida desde maio.
A direção da Câmara então enviou à CCJ uma representação comunicando a decisão do Supremo, que precisa ser analisada pelo colegiado.
O relator é o deputado Diego Garcia (Republicanos-PR). A defesa da parlamentar já protocolou a defesa no âmbito do processo e pediu o arquivamento da representação.
Se o relator não decidir dessa forma, os advogados pedem que sejam ouvidas cinco testemunhas. Foto de arquivo: deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) durante uma coletiva de imprensa na sede de seu partido em SP Felipe Rau/Estadão Conteúdo Azi disse que se Garcia decidir pelos depoimentos, o processo terminará em setembro.
Se não, o caso será encerrado no colegiado já em agosto.
“Se não houver as oitivas, fatalmente acabamos em agosto”, afirmou o presidente da CCJ. Procurado, o deputado Diego Garciao, que é o relator do processo, não respondeu à reportagem.
Com ou sem as oitivas, o relator terá prazo de cinco sessões para apresentar seu parecer sobre o caso.
Na sequência, o relatório é votado na comissão e encaminhado ao plenário da Casa. “É um caso complicado.
Precisamos evitar interpretações que de que não garantimos a ampla defesa”, afirmou Azi. Presidente da Câmara se manifesta O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que tomou conhecimento da prisão pela imprensa e que aguarda manifestações oficiais. “Importante lembrar que as providências que cabem à Câmara já estão sendo adotadas, por meio da Representação que tramita na CCJC, em obediência ao Regimento e à Constituição.
Não cabe à Casa deliberar sobre a prisão – apenas sobre a perda de mandato”, disse Motta.