O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mandou agradecer o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pela aprovação de medidas provisórias nos últimos dois dias.
O recado chegou pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).
Alcolumbre respondeu estar aberto a retomar as negociações, mas que a operação de parte do governo e de grupos ligados a petistas com ataques ao Congresso e estimulando uma guerra de classes é perigoso e representa um risco à democracia.
Randolfe ficou de passar as impressões do presidente do Senado a Lula. Alcolumbre quer limitar acesso ao STF após crise do IOF LEIA MAIS: Aprovação da MP do Fundo Social do Pré-Sal foi gesto de pacificação de Alcolumbre com o governo Segundo interlocutores, Alcolumbre avalia que esse tipo de campanha pelas redes sociais não contribui para a retomada das negociações e só vai dividir ainda mais o país.
O presidente do Senado diz que o governo tem todo o direito de defender a “Justiça tributária”, mas não criando um clima de divisão no país entre ricos e pobres (entenda mais em "O Assunto").
Mais cedo, Alcolumbre já havia se reunido com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, quando reiterou que estava aberto a negociações. A reunião aconteceu a pedido de Dario Durigan, que busca reabrir um canal de negociação.
A ele, Alcolumbre também disse que o governo e o PT erram ao criar um clima de “nós contra eles”, fazendo ataques diretos ao Congresso e ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta(Republicanos-PB). RELEMBRE: Após derrota no IOF, Lula reforça discurso de proteção a mais pobres Na quarta-feira (2), por sinal, os articuladores políticos do presidente Lula correram para as redes sociais para defender o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, de ataques pessoais nas redes, numa linha de que derrotou o governo e foi celebrar com empresários ricos.
É uma série de vídeos, elaborados com inteligência artificial e sem identificação de seus criadores, retratando Hugo Motta como "Hugo Não se Importa", com ele reunido com empresários ricos e rindo dos pobres. Os vídeos irritaram Motta, levando os articuladores políticos de Lula a saírem em campo em defesa do presidente da Casa.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, publicou em suas redes uma mensagem dizendo que “o debate, a divergência, a disputa política fazem parte da democracia.
Mas nada disso autoriza os ataques pessoais e desqualificados nas redes sociais contra o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, o que repudio”. Já o líder do governo da Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), afirmou: “Apesar do revés enfrentado recentemente pelo governo na votação do IOF, isso não pode ser usado como justificativa para ataques pessoais dirigidos” a Hugo Motta.
Em seguida, segue defendendo o debate sobre a justiça tributária, encampado pelo governo Lula e pelo PT, acrescentando que “nossa luta não se dirige contra indivíduos, mas em favor de princípios e propostas”. LEIA MAIS: Em derrota para o governo, Senado segue a Câmara e derruba decreto de Lula sobre alta do IOF União de Câmara e Senado para derrubar decreto do IOF expõe fragilidade da base de apoio político do governo Motta pauta votação do IOF, surpreende governo e rebate: 'urgência falou por si só' O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Senado Davi Alcolumbre MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Comunicação do governo Na linha dos ataques, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República divulgou nas redes sociais uma campanha com um cabo de guerra entre super-ricos e classes média e baixa.
“É hora de lutar por novos avanços”, diz o texto, listando medidas que o governo propõe, como aumentar imposto sobre ricos e baixar Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A campanha tem uma ilustração com dois grupos de pessoas, de um lado ricos, do outro, integrantes das classes baixa e média.
Além de outro mostrando uma balança pesando mais no pagamento de impostos para trabalhadores e menos para ricos.
Em agenda na Bahia, por sinal, o presidente apareceu segurando um cartaz defendendo a taxação dos super-ricos. Nas redes sociais, a Secom diz ainda: “Nesse cabo de guerra, o Governo Federal tem lado: o lado da classe média e do povo trabalhador que movem o nosso país.
Nós queremos equilibrar as contas corrigindo injustiças, combatendo privilégios e poupando quem trabalha e faz o Brasil crescer." "Já os super-ricos querem cortar da saúde, da educação e deixar a conta mais uma vez para ser paga por quem tem menos.
E você, pra que lado vai puxar essa corda? Espalhe esse post para quem também tem lado nessa disputa política”, prossegue a pasta.