Palestinos pedem fim da entrega de comida pelos EUA e volta da ONU
O enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, visitou um centro de distribuição de alimentos para palestinos na Faixa de Gaza nesta sexta-feira (1º).
A visita ocorre em meio a críticas crescentes a Israel pela fome generalizada em Gaza e após o presidente dos EUA dizer que 'há fome de verdade' no território. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Witkoff afirmou que sua visita teve como objetivo "ajudar a elaborar um plano para entregar alimentos e ajuda médica à população de Gaza", mas não deu mais detalhes. Palestinos que falaram com a agência de notícias Reuters enviaram mensagens diretas a Witkoff pedindo o fim do atual sistema de distribuição de comida em Gaza, restritivo e realizado de forma exclusiva por uma controversa empresa americana com coordenação de Israel, e a volta da ONU chefiando a entrega de alimentos. "Queremos enviar uma mensagem para (o enviado especial dos EUA) Steve Witkoff: parem com a ajuda americana.
Queremos apenas que as Nações Unidas e a UNRWA sejam as responsáveis pela distribuição da ajuda para nós.
Hoje vimos a morte diante dos nossos olhos só para conseguir um quilo de farinha para nossos filhos", afirmou a palestina Ibtisam Shahin à Reuters. Enviado especial de Trump, Steve Witkoff (de boné 'Make America Great Again'), e embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee (de capacete ao lado de Witkoff), conversam com oficiais israelenses em visita à Faixa de Gaza em 1º de agosto de 2025. Mike Huckabee/X Segundo a agência de notícias, os depoimentos ocorreram nesta sexta-feira após mais uma rodada de entrega de alimentos da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês).
Um vídeo divulgado pela Reuters mostra grandes multidões indo e voltando do ponto de distribuição de ajuda, com algumas carregando sacolas com alimentos. "Quero mandar uma mensagem às autoridades dos EUA e para Witkoff: acabem com tudo isso.
Parem completamente com a guerra e abram as fronteiras para que possamos viver como os outros países por aí.
Deixem nossas crianças viverem.
Não queremos essa ajuda [dos EUA], nós viemos [buscar comida] e somos humilhados, levamos tiros.
Somos humilhados só por um pedaço de pão, isso não é vida.
Queremos que todos façam concessões e tragam a paz", disse o palestino Mohammad Diab. Enviado especial de Trump está em Gaza para ver de perto a crise humanitária A realidade de "encarar a morte com os próprios olhos", como descreveram os palestinos, aparece de forma recorrente nos relatos de quem busca comida em Gaza atualmente.
A ONU afirmou nesta sexta-feira que 1.373 palestinos foram mortos enquanto buscavam comida desde o final de maio, quando a GHF começou as entregas de alimentos e poucos pontos no sul do território.
A contagem da ONU coincide com a do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista Hamas. Na quinta-feira, o enviado especial de Trump se reuniu com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na quinta-feira, em uma tentativa de salvar as negociações por uma trégua em Gaza.
A "fome em massa" no território palestino também foi assunto. A campanha militar de Israel em Gaza já matou mais de 60 mil palestinos, destruiu grande parte do território e causou fome generalizada.
A guerra começou após o Hamas, que domina Gaza, realizar um ataque transfronteiriço ao sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, segundo as autoridades israelenses. Palestinos carregam suprimentos de ajuda humanitária em Gaza neste domingo (27) Mahmoud Issa/Reuters Vídeos em alta no g1