Arthur foi diagnosticado com miocardiopatia dilatada e só sobreviveu graças a uma operação que envolveu aviões, helicópteros e equipes médicas de São Paulo e Rio.
Bebê de dez meses recebe coração de 35 gramas Uma gravidez planejada, em uma família cheia de amor.
Arthur nasceu forte e saudável em agosto do ano passado.
Mas, poucos dias depois, uma virose mudou completamente o rumo da sua vida. Aos 10 dias de vida, o bebê teve febre e diarreia.
Depois, com um mês e meio, ele começou a apresentar sinais que preocupavam: chorava e prendia o ar, ficava roxinho e se engasgava após mamar. Preocupada, a família procurou uma cardiologista pediátrica.
"Ela falou, é daqui pra UTI.
Bem provável que o vírus que ele pegou foi para o coração.
Foi quando foi diagnosticado a miocardiopatia dilatada", relembra Amanda Cibeli, mãe do bebê. A miocardiopatia dilatada é uma condição doença em que o coração cresce além do normal e perde a força para bombear sangue para o corpo.
“Ele podia entrar em falência a qualquer momento”, relembra Daniel Prado, pai do bebê. Arthur teve que tomar medicamentos e passar por uma cirurgia para implantar um coração artificial, como medida temporária.
No entanto, os médicos explicaram a única chance seria o transplante. Foram dois meses de espera até que um órgão compatível aparecesse.
Encontrar um doador para um bebê tão pequeno envolve uma série de critérios rigorosos: "No caso de crianças muito pequenas, a diferença de peso e estatura não pode ultrapassar 10%.
Ou seja, além do grupo sanguíneo, da estatura e o peso da criança e a condição cardíaca, todos esses fatores têm que estar alinhados para que o transplante de fato haja o sucesso do transplante", explica Sandro Montezano, coordenador da Comissão de Doação de Órgãos. O coração veio de uma criança no Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, a quase 500 quilômetros.
“No momento de maior dor deles, eles conseguiram, querendo ou não, pensar no próximo.
você aceitar doar o órgão do seu filho, é você pensar no próximo”, disse a mãe de Arthur. Em 8 de junho, a operação delicada começou logo cedo, em uma corrida contra o tempo: o coração precisava ser transplantado em até quatro horas após a retirada. "São quatro horas entre o momento em que o coração para de bater na cirurgia de retirada ou a captação, até que ele volte a bater no peito do receptor.
Esse processo exige um sincronismo.
Enquanto a equipe de retirada está aqui preparando o transplante do órgão no coração, especificamente, outra equipe já está em São Paulo com o receptor, preparando toda a parte cirúrgica", conta um dos médicos. A cirurgia foi um sucesso.
O novo coração de Arthur pesa apenas 35 gramas — o equivalente a cinco moedas de um real.
Os médicos afirmam que ele vai se desenvolver ao longo do crescimento do menino.
“Nossa expectativa é que ele vá pra faculdade, case, viva bem.
É um paciente que precisa de acompanhamento ao longo da vida, mas a gente vem avançando muito na medicina”, diz a médica Carolina. “Vejo um milagre vivo todo dia”, diz a mãe.
A família tem esperança de que ele tenha alta antes de seu primeiro aniversário, em 30 de agosto. Ouça os podcasts do Fantástico ISSO É FANTÁSTICO O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts, trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação.
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